Acordos Sindicais são rotinas que fazem parte das empresas.As vezes as situações são delicadas e outras são tensas,já que envolvem interesses tanto do funcionário quanto do patrão.É de grande importância a presença do profissional de RH e a total transparência em cada etapa das negociações.
De acordo com Manuel Martins, diretor-executivo da Mesa RBL e que traz em seu currículo mais de 30 anos de atuação na área de RH, o Acordo Salarial normalmente é um período tenso, pois estão em jogo as expectativas de conquistas econômicas e sociais dos profissionais, em contrapartida aos interesses das organizações que incluem a preservação da gestão, os investimentos e os retornos esperados pelos acionistas.
Martins, ressalta ainda que alguns fatores podem prejudicar o processo e dentre esses, ele cita: falta de sensibilidade na formulação das reivindicações; criação de expectativas não realistas e a composição de equipes de negociação com comportamento agressivo.
A presença do profissional de RH no Acordo Sindical, é importante porque ele é o especialista que convive com as lideranças sindicais, conhece o seu passado, orientação política e entende suas motivações e limitações.
TRECHOS DE UMA ENTREVISTA FEITA COM MANUEL MARTINS
RH.com.br - Um dos momentos mais delicados em uma organização ocorre quando chega a hora de realizar o Acordo Sindical, por pode gerar situações delicadas entre empresa, funcionários e os sindicatos. Um Acordo Sindical pode ser realizado de maneira mais "branda"?
Manuel Martins - O processo de renovação de acordos sindicais é normalmente tenso por natureza, afinal estão em jogo, de um lado, a expectativa de conquistas econômicas e sociais por parte dos trabalhadores e, de outro, a possibilidade da empresa, ou grupo patronal, de atender as demandas, total ou parcialmente, preservando sua capacidade de gestão, investimento e retorno para os acionistas sem colocar em risco a sua participação no mercado e o relacionamento com os seus clientes. Do lado dos trabalhadores, também não se pode desprezar o componente político-sindical que acaba afetando o processo. Não raras vezes o endurecimento de uma das partes, ou mesmo de ambas, tem objetivos que transcendem a mera negociação coletiva. Não obstante, acredito sim seja possível transformar esse episódio em algo menos estressante para ambas as partes, a partir da construção de uma relação de confiança e transparência, ao longo do ano e não apenas às vésperas do início da negociação.
Manuel Martins - O processo de renovação de acordos sindicais é normalmente tenso por natureza, afinal estão em jogo, de um lado, a expectativa de conquistas econômicas e sociais por parte dos trabalhadores e, de outro, a possibilidade da empresa, ou grupo patronal, de atender as demandas, total ou parcialmente, preservando sua capacidade de gestão, investimento e retorno para os acionistas sem colocar em risco a sua participação no mercado e o relacionamento com os seus clientes. Do lado dos trabalhadores, também não se pode desprezar o componente político-sindical que acaba afetando o processo. Não raras vezes o endurecimento de uma das partes, ou mesmo de ambas, tem objetivos que transcendem a mera negociação coletiva. Não obstante, acredito sim seja possível transformar esse episódio em algo menos estressante para ambas as partes, a partir da construção de uma relação de confiança e transparência, ao longo do ano e não apenas às vésperas do início da negociação.
RH - Em sua opinião, quais os fatores que mais atrapalham um Acordo Sindical?
Manuel Martins - Como já mencionado, a falta da confiança entre as partes costuma ser fatal para o processo. Igualmente relevantes são:
- Falta de sensibilidade na formulação das reivindicações. É bom sonhar, mas temos que nos pautar pelo senso do razoável e não achar que é possível conquistar tudo de uma única vez, nem de outro lado, negar tudo e a qualquer título na hora de oferecer contrapropostas.
- Utilizar a negociação como mero instrumento de ação político-partidária e ambições pessoais. Nesse caso o que se busca não é o acordo e a composição entre as partes, mas aproveitar o momento e a exposição na mídia para outras finalidades estranhas ao processo.
- Criar expectativas não realistas. Tanto o sindicato dos trabalhadores como o das empresas pode complicar um processo aparentemente simples ao estabelecer objetivos irreais e inatingíveis.(...)
Manuel Martins - Como já mencionado, a falta da confiança entre as partes costuma ser fatal para o processo. Igualmente relevantes são:
- Falta de sensibilidade na formulação das reivindicações. É bom sonhar, mas temos que nos pautar pelo senso do razoável e não achar que é possível conquistar tudo de uma única vez, nem de outro lado, negar tudo e a qualquer título na hora de oferecer contrapropostas.
- Utilizar a negociação como mero instrumento de ação político-partidária e ambições pessoais. Nesse caso o que se busca não é o acordo e a composição entre as partes, mas aproveitar o momento e a exposição na mídia para outras finalidades estranhas ao processo.
- Criar expectativas não realistas. Tanto o sindicato dos trabalhadores como o das empresas pode complicar um processo aparentemente simples ao estabelecer objetivos irreais e inatingíveis.(...)
RH - A relação do RH com o sindicato logicamente difere da mantida com os funcionários que atuam na organização. Diante disso, que postura a área de Recursos Humanos precisa adotar em relação aos colaboradores?
Manuel Martins - A negociação com o sindicato é episódico, mas a convivência com os colaboradores ocorre todos os dias. Nenhum empregado espera receber informação de todos os detalhes do que acontece na negociação, mas quer ter certeza que será informado do que for relevante para ele. Objetividade e tempestividade são importantes nessa hora.
RH - O que nunca deve ser efetivado em um Acordo Sindical, no que se refere à direção e à área de Recursos Humanos de uma empresa?
Manuel Martins - Confundir os papéis de direção e de RH, enviar mensagens contraditórias com o uso de mais de um porta-voz pela empresa, desautorizar a equipe que está negociando pela empresa, prometer o que não puder ser cumprido e ceder o que não pode apenas para se livrar da pressão do sindicato ou da ameaça de greve. Sob nenhuma hipótese a direção pode comportar-se como uma via paralela que fala com o sindicato sem a participação ou o conhecimento de RH.
Manuel Martins - A negociação com o sindicato é episódico, mas a convivência com os colaboradores ocorre todos os dias. Nenhum empregado espera receber informação de todos os detalhes do que acontece na negociação, mas quer ter certeza que será informado do que for relevante para ele. Objetividade e tempestividade são importantes nessa hora.
RH - O que nunca deve ser efetivado em um Acordo Sindical, no que se refere à direção e à área de Recursos Humanos de uma empresa?
Manuel Martins - Confundir os papéis de direção e de RH, enviar mensagens contraditórias com o uso de mais de um porta-voz pela empresa, desautorizar a equipe que está negociando pela empresa, prometer o que não puder ser cumprido e ceder o que não pode apenas para se livrar da pressão do sindicato ou da ameaça de greve. Sob nenhuma hipótese a direção pode comportar-se como uma via paralela que fala com o sindicato sem a participação ou o conhecimento de RH.
Confira a continuação dessa entrevista: http://www.rh.com.br/Portal/Relacao_Trabalhista/Entrevista/6655/a-presenca-indispensavel-do-rh-nos-acordos-sindicais.html
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